A decisão dos metroviários de Belo Horizonte ocorre após aprovação do modelo de privatização da CBTU proposto pelo governo.
Por Samara Tibúrcio

O Metrô de Belo Horizonte entra em greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira (25). O anúncio ocorreu após o julgamento do processo de desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) que ocorreu na tarde desta quarta-feira (24/8). Na última segunda, a categoria havia se reunido em assembleia e aprovado a greve caso a privatização do metrô fosse adiante.
“Nós acompanhamos o julgamento do TCU aqui em Brasília e, como já havíamos deliberado na assembleia realizada na última segunda-feira, a partir de quinta-feira agora não haverá trens rodando. Será uma paralisação total do serviço do metrô até a realização de uma nova assembleia para deliberação da categoria”, declarou o presidente do sindicato, Daniel Glória Carvalho.
Segundo o Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG) a privatização terá como consequências a demissão de quase 1,6 mil funcionários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) que atuam em Minas Gerais, além do aumento da passagem.
Em relação aos questionamentos feitos pelo sindicato, a CBTU afirmou que não tem respostas sobre o processo de desestatização, “haja vista que as diretrizes e ações a respeito ainda estão internalizadas junto a Conselho do Programa de Parceria de Investimentos (CPPI), portanto, conduzidas pelo Ministério da Economia e do Desenvolvimento Regional. Assim, as demandas relativas ao processo devem ser endereçadas àqueles entes, para que haja informações concretas”.
Sobre a greve dos metroviários, a CBTU informa, em nota, que está tomando “todas as medidas administrativas e judiciais possíveis, incluindo pedido de liminar, a fim de garantir a manutenção do serviço de transporte sobre trilhos à população da Região Metropolitana de Belo Horizonte”.