É o décimo aumento seguido da taxa básica de juros da economia e o maior desde 2017
Por Samara Tibúrcio

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic de 11,75% ao ano para 12,75% ao ano, a decisão foi unânime e anunciada nesta quarta-feira (4). Este é o décimo avanço seguido da taxa básica de juros da economia e o maior registrado desde 2017 quando a taxa chegou a atingir 13% ao ano.
O aumento em um ponto percentual já era esperado pelo mercado financeiro, em março o Copom já havia registrado em ata que elevaria para 12,75%. A alta da inflação foi impulsionada principalmente por dois fatores:
– A elevação de preços difundida no mundo todo, como consequência da pandemia da Covid e da guerra na Ucrânia;
– A “incerteza” dos investidores em relação ao cumprimento, por parte do governo, das regras fiscais do país.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O objetivo da alta no juro é tentar conter a escalada da inflação, com o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, o IPCA-15 considerado prévia da inflação oficial do país ficou em 1,73% em abril. Em 12 meses, atingiu a marca dos 12%.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicou que o futuro das taxas de juros no Brasil dependerá dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia e de outros eventuais choques sobre a inflação. Ele ainda avaliou que a inflação brasileira deveria atingir seu pico no mês de abril, começando a desacelerar nos meses seguintes.